Aos 10 anos de idade, eu entendi que a leitura seria parte importante da minha vida. Sempre amei ler e me lembro até hoje do livro que foi o meu divisor de águas: O cão dos Baskerville, de Sir Arthur Conan Doyle. E, de alguma forma, eu tinha certeza de que as histórias fariam parte da minha carreira profissional e, levando isso em consideração, decidi que cursaria Letras.
Por ser de uma família simples, oriunda do sertão baiano, não tínhamos condições de arcar com os custos de uma universidade particular. Assim, optei por ir atrás de um sonho que tinha desde o primeiro passeio escolar ao Instituto Butantan, prestei FUVEST e tive a felicidade de passar na Universidade de São Paulo aos 18 anos - a primeira da minha família a entrar em uma universidade.
Conforme o passar do tempo, percebi que, na realidade, Letras não era o que eu queria. Foi muito difícil abrir mão daquele sonho, mas decidi que era o melhor a ser feito. Nesse meio tempo, engravidei e tive a Alice, minha filha que hoje tem nove anos. Com isso, acabei deixando a procura por uma graduação um pouco de lado e foquei em trabalhar e, em função da minha primeira graduação incompleta em Letras, sempre estive alocada no setor educacional. E, com Alice um pouco maior e o apoio incondicional da minha família naquele momento, decidi pesquisar muito para tomar a decisão de um novo curso.
Após muita pesquisa, compreendi que Jornalismo era a melhor escolha. As histórias reais também me fascinavam e foi nelas que me encontrei. Assim, também notei que a escrita, que sempre fiz por hobby, me oferecia um caminho a trilhar. Prestei o ENEM e confesso que cursar Jornalismo só foi possível graças ao PROUNI, que me deu a chance de ingressar em uma universidade particular com 100% de bolsa (pois mesmo trabalhando, ainda não existiam condições financeiras para pagar uma graduação).
Amei cada segundo da minha graduação, pois tive a oportunidade de conhecer diversas pessoas e, com elas, tive pequenas conquistas. Durante o curso, fui contemplada por dois semestres com o Honors Deans List, que premia os melhores alunos por turma. E, ao final, fui diplomada com dignidade acadêmica no grau Cum Laude (com honra), em que foram selecionados os formandos que mais se destacaram durante o curso, de acordo com a média geral.
Além disso, tive a oportunidade de ser finalista da 12ª edição do Prêmio ABAG/RP de Jornalismo “José Hamilton Ribeiro”, na categoria Jovem Talento, com a reportagem Um lugar chamado Renópolis, sobre uma Agrofloresta no interior de São Paulo.
Destaco também o meu contato com diversos vereadores e deputados, graças ao desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso, uma reportagem intitulada “Coração de Estudante”, sobre a história da Deputada Federal Sâmia Bomfim. Mas, muito mais do que isso, em cada experiência, aprendi um novo jeito de encarar o mundo e reforcei em mim a importância do acesso à informação para todos.